Acidentes domésticos e no trânsito estão entre as principais causas de traumas na cabeça, condição que pode acarretar sérias consequências à saúde neurológica. Ainda que alguns impactos pareçam leves à primeira vista, especialistas alertam: qualquer batida na região do crânio deve ser levada a sério.
O Dr. Arquimedes Cavalcante, especialista em traumatismos cranianos e professor do Instituto de Educação Médica (IDOMED), destaca que a observação cuidadosa do paciente é essencial mesmo nos casos aparentemente simples. “Traumatismos crânioencefálicos exigem atenção contínua, pois não são eventos isolados, mas sim processos que podem evoluir com o tempo”, explica o médico.
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Sinais de alerta após impactos na cabeça
Ainda segundo o Dr. Arquimedes, após uma batida na cabeça, seja em casa, no trabalho ou no trânsito, é importante observar atentamente qualquer alteração no estado de saúde. Entre os principais sinais de alerta estão: dor de cabeça intensa e persistente, vômitos, sonolência excessiva ou rebaixamento do nível de consciência, perda de consciência (mesmo que breve), e crises convulsivas.
Caso qualquer um desses sintomas esteja presente, a recomendação é procurar atendimento médico de urgência. Em muitos casos, exames de imagem, como a tomografia, são necessários para verificar a gravidade da lesão e a necessidade de intervenção médica, que pode incluir desde a observação clínica até procedimentos cirúrgicos.
O especialista chama atenção especial para os idosos, que estão mais vulneráveis aos efeitos de traumas cranianos, mesmo os considerados leves. “Complicações podem surgir horas, dias ou até semanas após o impacto. É essencial que familiares estejam atentos a mudanças no comportamento ou no estado neurológico do idoso”, afirma o médico.
Possíveis danos cerebrais
Os problemas neurológicos decorrentes de traumas graves variam de acordo com a intensidade da lesão. Entre as complicações imediatas e tardias mais comuns estão: hematomas intracranianos, fraturas com risco de infecção e perda de líquor cefalorraquidiano, epilepsia pós-traumática, cefaleia persistente, alterações cognitivas e comportamentais. Muitos desses quadros exigem tratamento multidisciplinar, envolvendo neurologistas, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais, visando à recuperação integral do paciente.
Como proteger a saúde cognitiva
Manter o cérebro saudável vai além da prevenção de traumas. Para o Dr. Arquimedes, adotar um estilo de vida saudável é fundamental para preservar as funções cognitivas ao longo do tempo. Isso inclui: alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas, gerenciamento do estresse, estímulos intelectuais constantes, como leitura, jogos de raciocínio e desafios mentais. “O cérebro, da mesma forma que os músculos, precisa ser exercitado. A leitura, por exemplo, é uma das formas mais eficazes de manter a mente ativa e saudável”, finaliza o especialista.
Traumas na cabeça não devem ser subestimados. Mesmo sem sintomas imediatos, podem esconder lesões silenciosas e evolutivas. A orientação médica e o acompanhamento adequado são decisivos para evitar complicações. A prevenção, aliada a cuidados com o bem-estar cognitivo, é a chave para manter a saúde cerebral em dia.
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