Memórias e Afetos

O escritor Wilson Benedito lançou o livro ‘Preta Mão-de-onça e outras crônicas da cidade do meu tempo’. A publicação reúne memórias da infância do autor na cidade de Valença do Piauí durante a década de 1970.

Inspirado por suas origens em Valença do Piauí, o autor Wilson Benedito transforma memórias e vivências em literatura. Embora tenha se mudado ainda na infância para Teresina, sua conexão com a cidade natal permanece viva e pulsante em cada página.

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A obra retrata personagens, paisagens e situações que o autor viveu ou observou ao longo dos anos, revelando o cotidiano de uma cidade marcada por engenhos, riachos e tradições que resistem ao tempo.

“Era tudo diferente, por assim dizer, tínhamos uma vida social bem definida, sociedade, notadamente, eram marcadas por uma rígida divisão, ricos para um lado pobres para o outro, nem na igreja o povo se misturava; o coronelismo e seus currais eleitorais era de forte influência, mas, apesar de tantas agruras, o dia a dia nos trazia a magia dos engenhos que permeavam a cidade, os banhos nos riachos que eram vários, e a liberdade de um bando de meninos danados, que podiam usufruir de cada pedaço do seu chão como cães vadios, soltos a esmo, explorando roças, riachos, açudes e balneários em aventuras diversas”, detalha o autor.

Escritor Wilson Benedito / imagem: divulgação

E completa: “Em resumo, o livro traz um pedacinho da infância de cada um de nós, adormecida nos anos da nossa própria saudade”.

O historiador e professor Antônio José, destaca que a obra possibilita o leitor mergulhar em uma Valença nostálgica.

“Um livro que chama atenção a partir do título, cuja personagem homenageada ainda mora na memória de casa um. Imagino o conteúdo cuja leitura nos levará reviver o cotidiano em nossa cidade”, descreveu através das redes sociais.

O evento de lançamento aconteceu no último sábado (31/5) no espaço Maria Café, em Teresina, e reuniu amigos, familiares e apreciadores da literatura piauiense.

Sobre a obra

Em ‘Preta Mão-de-onça e outras crônicas da cidade do meu tempo’, título do livro, tem 112 páginas. Wilson Benedito discorre sobre a vida no campo e na acanhada cidade de sua infância, como eram as cidades no interior do nosso Estado. Eram tempos difíceis em que não havia assistência de saúde. Curandeiras e rezadeiras faziam o papel do médico e muitos pequeninos tiveram suas vidas ceifadas pelo Sarampo e outras doenças. Crônicas primorosas, via de regra descrevendo as agruras da vida, sua gente, seus costumes, a figura do vaqueiro, dos “caçadores de conversas” nos botequins da vida, estórias de assombrações, dos forrós no chão de terra batida, da tragédia das secas, dos retirantes, das mães de santo, das rezadeiras, dos contadores de histórias, dos valentões, das farinhadas, enfim, uma memória fabulosa que ele repassa aos leitores numa linguagem literária, rica, atraente, às vezes comoventes, noutras engraçadas e muito interessantes.

A obra 'Preta Mão-de-onça e outras crônicas da cidade do meu tempo', está à venda pelo WhatsApp 86 9 9575-8120.