O avanço da infraestrutura de saneamento básico vem se consolidando como um impulsionador poderoso para o desenvolvimento econômico nas cidades brasileiras, e em Teresina não é diferente. Na capital, os investimentos contínuos em água tratada e coleta de esgoto, contribuíram para a alta do preço médio do metro quadrado, principalmente em bairros que já contam com saneamento básico. De acordo com dados do Índice FipeZAP, no bairro São Cristóvão, localizado na Zona Leste, o valor médio chegou a R$ 8.549 em 2024, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, superando a média nacional, que registrou uma alta de pouco mais de 7%.
Além do São Cristóvão, bairros como Jockey, Fátima, Horto, Noivos e Ininga, que já contam com rede de esgoto consolidada, também apresentaram valorizações significativas. Nessas regiões, a maioria dos moradores já aderiu ao serviço e realizou a devida conexão à rede coletora, contribuindo para a melhoria da infraestrutura e da qualidade de vida.
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Segundo o Instituto Trata Brasil, a cada R$ 1 investido em saneamento básico, há um retorno médio de R$ 4 em saúde, produtividade e valorização imobiliária. A relação direta entre rede de esgoto e qualidade de vida impacta não apenas a saúde pública, mas também o potencial econômico dos bairros.
“Quando uma região passa a contar com infraestrutura completa, ela se torna mais atrativa para investimentos e empreendimentos residenciais e comerciais. Já em áreas que não têm essa estrutura, enfrentamos dificuldades nas vendas. Os loteamentos com melhor desempenho comercial são justamente aqueles que oferecem essa infraestrutura básica ao cliente, como viabilidade elétrica, hidráulica e, principalmente, saneamento básico”, avalia Daniel Vasconcelos, corretor imobiliário.
Com investimentos em infraestrutura de água e esgoto, a capital piauiense colhe os frutos desse progresso. Além da valorização imobiliária, há geração de emprego e renda, e a ampliação das possibilidades turísticas e de lazer com segurança sanitária.
Geração de emprego e renda
O saneamento tem efeito direto na geração de empregos e na movimentação da economia local. O setor é um dos mais promissores para a geração de empregos. Segundo a Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon Sindcon), a universalização do saneamento no Brasil até 2033 pode gerar mais de 1,5 milhão de postos de trabalho.
Em Teresina, os investimentos em saneamento têm impulsionado a contratação de trabalhadores para obras, serviços de manutenção, logística e atendimento ao público. “Com a chegada da Águas de Teresina, a capital viu crescer os investimentos não apenas em infraestrutura, mas também em pessoas. Nestes sete anos de atuação, a empresa gerou mais de 790 empregos diretos e cerca de 1 mil indiretos”, detalha Carolina Serafim, diretora presidente da Águas de Teresina.
Além disso, a Aegea — holding da qual a Águas de Teresina faz parte — está centralizando na capital piauiense o atendimento de call center de todas as suas operações do Brasil. Foram criados mais de 600 postos de trabalho na cidade, com previsão de abertura de mais 300 vagas.
“Por trás de cada obra de saneamento, há uma equipe envolvida, são pedreiros, encanadores, operadores de máquinas, engenheiros, agentes socioambientais e muitos outros profissionais. Todos mobilizados para fazer a cidade avançar com dignidade e desenvolvimento”, complementa a diretora presidente.
Mais atrativos para o turismo
O turismo também se beneficia diretamente da expansão do saneamento. Em cidades onde os serviços foram universalizados ou significativamente ampliados, como Recife, houve crescimento consistente no fluxo turístico, na renda da população e na requalificação de áreas antes degradadas. Segundo dados do IBGE (2022), presentes no Painel Saneamento Brasil, a renda média dos trabalhadores do setor turístico com acesso ao saneamento é quase R$ 600 maior do que a dos que não têm acesso a esses serviços básicos.
Ainda segundo o estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro 2022”, com a universalização do acesso à água e ao esgotamento sanitário, estima-se uma geração de quase R$ 80 bilhões em renda no setor de turismo entre 2021 e 2040.
Em Teresina, pontos turísticos e de lazer como as Lagoas do Norte, o Parque da Cidade e a Nova Potycabana ganham ainda mais atratividade com a expansão da cobertura de esgoto, que reduz riscos de contaminação e torna os espaços públicos mais seguros, atrativos e agradáveis.
“A gente percebe que o lugar está mais limpo, mais cuidado. Isso atrai quem mora aqui e também quem vem de fora. É bom para todo mundo”, comenta Raissa Soares, moradora da região do Lagoas do Norte.
Com o novo marco legal do saneamento (Lei nº 14.026/2020), que estabeleceu metas ambiciosas para a universalização dos serviços até 2033, o cenário tende a se tornar ainda mais promissor. Em Teresina, os avanços já são visíveis: o abastecimento de água está universalizado desde 2020, e a cobertura de esgotamento sanitário já alcança 59% da cidade, com obras em andamento e novas frentes previstas para os próximos anos.
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